Hysteria

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“Hysteria”, é uma peça teatral da autoria do dramaturgo Terry Johnson, representada pela primeira vez no Royal Court Theatre, em Londres, a 26 de Agosto de 1993, com direcção de Phyllida Lloyd e com apresentações noutras cidades europeias.

A acção decorre em 1938, no estúdio de um Sigmund Freud idoso e a morrer, na sua casa em Hampstead, Londres, quando a paz de uma noite de invernia é perturbada por uma visita inesperada. Trata-se de Jessica, uma jovem mulher com um problema emocional complexo por resolver. Rapidamente se torna evidente que Jessica é a filha de uma antiga paciente de Freud. Freud está relutante em iniciar uma discussão com Jessica mas ela é persistente. À medida que a acção avança, a calma suburbana é perturbada ainda mais com a chegada de outros dois visitantes. O primeiro é Abraham Yahuda, amigo, médico e colega próximo porém crítico de Freud, o segundo é o mestre espanhol do surrealismo, Dali em pessoa. Numa tentativa de controlar a situação e gerir o encontro dos três visitantes tão diferentes Freud enreda-se na mais ridícula farsa. A partir de então nada é o que aparenta. No decurso do desenvolvimento da acção da peça, a audiência é confrontada com histórias negras e perturbantes, justapostas a contratempos histericamente divertidos e a revelações que levantam as questões: “isto é real, ou é o produto do inconsciente de Freud? E Freud, está vivo ou morto?”

Terry Johnson

Britânico nascido em 1955 é dramaturgo, director de teatro, televisão e cinema. É membro literário associado do Royal Court Theatre onde dirigiu Dumb Show de Joe Penhall e a sua peça Piano/Forte. O trabalho de Johnson como encenador é reconhecido em todo o mundo. Ganhou nove prémios do British Theatre incluindo o Oliver Award para a Melhor Comédia nos anos 1994 e 1999, Dramaturgo do Ano de 1995, Prémio da crítica Critic’s Circle Theatre Awards para a melhor peça de teatro de 1995, dois prémios Evening Standard Theatre Awards, a distinção Writers’ Guild Award para as melhores peças de 1995 e 1996, o prémio Meyer-Whitworth Award em 1993 e o John Whiting Award em 1991.

No seu currículo constam várias produções do West End, quer como director, quer como escritor, nomeadamente: One Flew Over The Cuckoo’s Nest, Hitchcock Blonde, Entertaining Mr Sloane, The Graduate, Dead Funny, Hysteria, Elton John’s Glasses e The Memory of Water.

Trabalhou com a companhia Chicago’s Steppenwolf Theatre, dirigindo John Malkovich na peça The Libertine (nomeada para cinco Joseph Jefferson Awards incluindo os prémios para Melhor Produção) e Lost Land, ambas as peças de autoria de Stephen Jeffreys.

Escreveu e dirigiu o drama telivisivo Not Only But Always para o Canal 4, Britânico, transmitido em diversos países e que recebeu cinco nomeações internacionais para diversos prémios, assim como os prémios para o Melhor Filme no Banff e no BAFTA.

A versão cinematográfica da sua peça Insignificance (dirigida por Nicolas Roeg) foi escolhida para representar a Grã-Bretanha no Festival de Cinema de Cannes de 1985.

Nota do Encenador

“Hysteria” é uma comédia cuja acção dramática se passa em Londres em Setembro de 1939, ano em que se principia a II Guerra Mundial, coloca em cena Sigmund Freud doente com um cancro no palato (após ter escapado de Viena para fugir às perseguições nazis aos Judeus, Freud tinha ascendência Judia) e três outras personagens: Jessica, filha de uma antiga paciente de Freud, que o vem confrontar com o seu passado; Yahuda, o amigo e médico pessoal de Freud, judeu conservador que tenta impedir o velho professor de publicar a sua derradeira obra “Moisés e o Monoteísmo”, devido à heresia nela expressa; e Salvador Dali, o pintor catalão, que visita o seu ídolo e mestre (a visita de Dali a Freud é histórica).

Estas personanges, cada uma a seu modo, são fantasmas que assimbram os últimos momentos da vida de Freud. (Na última cena entre Freud e Dali, o catalão diz “Dali? Verdadeiro. Fez visita a usted. Há dois meses. E miraou a mort no rosto de Freud(…)”)

Porque FREUD ESTÁ A MORRER. (Mesmo no final da peça, quando Yahuda se prepara para se afastar do amigo, uma didascália diz: “E o rosto de Freud descomprime-se à medida que vai mergulhando num sono que será o último“)

Num primeiro nível a encenação procurou transpor para palco de forma clara para o espectador o texto original, permitindo que a audiência siga sem dificuldade a sequência das acções que acontecem em cena e perceba com simplicidade quais as situações dramáticas que se sucedem.

Num segundo nível, a encenação visou criar no espectador uma sensação de incómodo, mostrar-lhe uma dimensão perturbante da realidade que o leve a tomar uma opinião crítica perante a estranheza do que setá a presenciar.

Finalmente, num terceiro nível a encenação pretendeu insinuar que nem todos os acontecimentos podem ser lidos objectivamente que nem tudo o que fazemos é consciente; o espectador deixa de estar seguro se o que está a aconteceter em palco acontece verdadeiramente, ou se tudo não passa de delírios das personagens.

José Geraldo Encenador

Nota de Produção

“Imagine que começávamos a acreditar em nós próprios…”

(Personagem Freud, em “Hysteria”)

Perguntam-me sempre: “Mas qual é o teu papel?” Eleger um texto, conceber um projecto em seu redor, escolher a equipa, angariar apoios institucionais, estabelecer parcerias e recrutar financiamentos. Depois, a aventura começa com a cumplicidade e entrega de todos aqueles que, comigo, aceitaram o desafio de correr mais um risco.

O caminho não é fácil. Para a viabilidade da execução do projecto “HYsteria”, foi crucial o apoio que recebeu do Ministério da Cultura/Direcção Geral das Artes, no âmbito do Programa de Apoio às Artes 2008 (Projectos Pontuais/Teatro) a que se candidatou ao qual acresce o acolhimento, na qualidade de co-produtor, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), repetindo experiências anteriormente bem sucedidas com os projectos “60 minutos com Brecht” (2005) e “O Senhor Ibrahim e as flores do Corão” (2007). Numa cidade como Coimbra, em que se torna um verdadeiro drama encontrar equipamentos culturais disponíveis que possibilitem a apresentação, por parte de estruturas e agentes locais, de propostas de criação e difusão das Artes, é sempre um pequeno milagre conseguir reunir condições para desenvolver um trabalho de continuidade e revelá-lo à comunidade a que se dirige. Para tanto, contámos desta vez com o inestimável contributo do Instituto Português da Juventude e da Escola Superior de Educação. Destaco igualmente a parceria estabelecida com a Camaleão Associação Cultural, estrutura teatral sedeada em Coimbra, já com uma longa actividade e reconhecimento público da qual resulta uma clara mais valia para o projecto na sua globalidade.

O caminho não é fácil. É fundamental que o Estado cumpra o seu papel de promotor de cultura, estabelecendo os mecanismos e disponibilizando os recursos necessários para, com rigor e seriedade, promover o apoio à criação, produção e difusão das Artes, traduzido, entre outras medidas, na implementação efectiva de uma política de consolidação, qualificação e dinamização das redes e equipamentos culturais. O que se quer e se exige é a acção no terreno que permita contornar obstáculos e minimizar as dificuldades que sistematicamente se atravessam. Mais ainda: criar condições para a circulação de projectos, concedendo apoios específicos para o efeito e acordando sinergias para, finalmente, converter a palavra “descentralização”, expressão bem intencionada que se repete nos diplomas que ciclicamente disciplinam e regulamentam o apoio às Artes, numa realidade concreta e definida.

Também me perguntam: e porquê esse texto? Porque ele nos faz mergulhar na ficção e devolve-nos a realidade… e depois o seu contrário. Por isso é tão próximo da vida, em que imaginação e realidade, mentira e verdade, coabitam em permanente desalinho. Como lembra o dramaturgo Jon Fosse, “o teatro é uma grande mentira que se pode aproximar de uma grande verdade. Uma verdade que se torna maior que a vida”.

E remata: “Todo o teatro é uma forma de escuta.” E uma forma de respirar, acrescento eu. Que não nos falte o ar. Que não vos falte o ar. Nunca.

Margarida Mendes Silva Produtora

Criticas

Eventos Paralelos

Workshop de Maquilhagem para Teatro

com Luísa Rodenas

26 de Setembro e 3 de Outubro, das 14h30 às 19h30

Sala dos Espelhos do TAGV

 

 

Instalação Plástica “Um Sonho”

de Pedro Pascoinho

Curadoria: Galeria Sete

Inauguração dia 20 de Outubro, 17h30

Átrio do TAGV

 

Oficina de Escrita Teatral, “Encontros Improváveis”

com Clovis Levi

17, 20 e 22 de Outubro, das 18h às 21h,

Sala dos Espelhos do TAGV

24 de Outubro apresentação da selecção final de cinco trabalhos, das 18h às 19h30

Foyer do TAGV

 

Tertúlia “Pelo sonho é que vamos…”

com António Pedro Pita, Carlos FIolhais, José Geraldo e Pio Abreu

22 de Outubro, 18h

Foyer do TAGV

 

 

Atelier de Contos para a Infância, “1, 2, 3 … Sonha lá outra vez”

com Pedro Correia

23 e 24 de Outubro, das 10h30 às 11h30

(Sessões para Escolas – 1º Ciclo)

25 de Outubro (Sessão para Pais e Filhos), das 15h30 às 16h30

Sala Branca do TAGV

 

Locais de Apresentação

Aveiro – Estaleiro Teatral

Coimbra – Teatro Académico de Gil Vicente e Instituto Português da Juventude

Fotos

Música

Apoios