Sangue Jovem
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Duração > 1H45
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Autor: <a title="Peter Asmussen" href="/peter-asmussen/">Peter Asmussen</a>
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Tradução: Ana Campos / Pedro Porto Fernandes
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Encenação e Versão Cénica: <a title="Beatriz Batarda" href="/beatriz-batarda/">Beatriz Batarda</a>
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Interpretação: Elisa Lisboa / Lídia Franco / Teresa Faria / Romeu Costa
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Cenografia / Ilustrações / Design Campanha Media: Miguel Dominguez
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Figurinos: José António Tenente
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Desenho de Luz: Nuno Meira
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Música: Bernardo Sassetti
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Construção de Cenário: Jorge Caiado
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Sonoplastia: António Esteves
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Fotografia: Rita Carmo
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Filme Publicitário: Bernardo Sassetti
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Assistente de Encenação: Leonor Salgueiro
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Assistente de Produção: Cláudia do Vale
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Co-produção: CCB / Margarida Mendes Silva
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Sigrid, uma mulher só, na casa dos sessenta, sem vida pessoal, sente-se envelhecer e decide libertar-se de fantasmas do passado. A sua relação com duas amigas de escola impediram-na de ser mulher e é hoje vivida como uma prisão. A reunião anual entre as três mulheres tornou-se num ritual insuportável para Sigrid,a cada reencontro retoma-se a dinâmica infantil e cruel, e o confronto entre as feridas antigas e as dores do presente é cada vez mais violento. Este ano, Bet e Lily são postas à prova quando Sigrid, farta de ser a Sigge, a amiguinha que não tinha coragem de ser diferente, desafia o filho dos vizinhos, um jovem actor chamado Allan, para se fazer passar por seu amante. Allan deixa-se envolver pelo mistério que envolve Sigrid e aceita a proposta. Perante a notícia da doença de Bet, Sigrid hesita em levar o plano a avante e é Allan quem assume o papel de vingador.
Ungt blod (“sangue jovem”) foi a minha primeira peça encenada mas não a minha primeira peça de teatro escrita. Sou um dramaturgo de peças não encenadas. Invisível. Pensei na forma de quebrar a invisibilidade, e, então, escrevi uma peça sobre três mulheres com mais de 60 anos. Mulheres com mais de 60 anos são invisíveis (os homens também – mas eles não dão por isso). Tornam-se invisíveis não só na vida mas no teatro também. É tão simples quanto isso: Usei três mulheres invisíveis para me tornar visível. Ungt blod (“sangue jovem”) foi um grande sucesso, e os mesmos teatros que rejeitaram as minhas peças pediram-me mais. Enviei-lhes as mesmas peças que tinham rejeitado – só abri a minha gaveta e enviei os mesmos manuscritos – e agora acham-nos brilhantes. Sic transit gloria mundi. Estou muito agradecido às senhoras de ungt blod – e também ao jovem rapaz –, que as amou – e ainda as ama.
Peter Asmussen
Sangue Jovem junta três amigas de infância, sem filhos, e que perante a inevitabilidade do envelhecimento, da doença e da solidão, procuram uma possibilidade de redenção. A elas junta-se um jovem que quer ser ator, cheio de certezas e fome de viver, que logo se torna vitima da sua própria voracidade. A noite apresenta-se como um jogo de suspensões e adiamentos de revelações, entre o que é segredo e o que é falta de memória, resolvendo-se por fim como manda a vida, de forma repetitiva. As três mulheres estão inquietas com a ideia de futuro possivelmente por não se reconhecerem no passado que construíram. o encontro anual possibilita o regresso a um lugar seguro de infância, mas pobre em vivências comuns e ninharias, tornando a identidade que reencontram espelhada umas nas outras, cada vez mais distante daquilo que gostariam de ver. Este texto retrata um grito de socorro, sem pretender atingir domínios filosóficos, e relembra a importância da aceitação do fracasso e da insatisfação. Sendo um texto que pode viver dentro de alguma ambiguidade temporal, e que se constrói como um espelho sobre a natureza humana sem a imposição de qualquer conclusão moralista, encaixa-se dentro daquilo que hoje se define como o realismo social e crítico. É bem possível que não escolhesse esta peça para levar a cena, agora aos 37 anos. Mas curiosamente, ela impôs-se como uma evidência pelas mãos da Lídia Franco, da Teresa Faria e da Margarida Mendes silva. A estas três amigas (não desde a infância) agradeço o convite para encenar esta história de amor tão real nos breves instantes da sua ficção.
Beatriz Batarda
É de elementar justiça agradecer à direção do centro cultural de Belém, que acolheu, sem hesitação e com o maior empenhamento de toda a sua vasta equipa, o espetáculo de teatro Sangue Jovem. Mergulhados que estamos numa profunda e generalizada crise, em que as dificuldades de criação e circulação de trabalhos artísticos conhecem maiores obstáculos, é com grande satisfação que vemos a concretização de apoio a este projeto, para o qual contei, desde o seu início, com o inestimável contributo de Lídia Franco e Teresa Faria, ao qual se associou Beatriz Batarda. Sangue Jovem foi a escolha que propus: uma reflexão sobre o envelhecimento, a memória e o que fazemos com ela. As palavras faltam sempre e, quando chegam, pode ser tarde demais. Resta a Verdade e a possibilidade de redenção que ela nos traz.
Margarida Mendes Silva
CCB – de 22 a 26 de Junho de 2011
Centro Cultural de Ílhavo – 16 de Julho
Teatro da Trindade – 6 a 16 de Outubro
Espectáculo disponível para itinerância: Março e Abril de 2012
No final da sessão de 25 de Junho de 2011, uma conversa com o público desse dia.
ccb / fábrica das artes
Com Cláudia Gaiolas
Oficina de teatro construída a partir do texto de Peter Asmussen
16 e 18 junho 2011 local espaço ccb/fábrica das artes
Horário
O texto está editado em Crime e outras peças de Peter Asmussen (livrinhos de teatro, artistas unidos/ cotovia).
Sessão de fotografia
Espectáculo
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